Naquele verão, os rios voadores (cursos de ares atmosféricos) vieram em grandes proporções, trazendo nuvens pesadas (cumulus nimbus) da região amazônica. Na época foram muitas centenas de milímetros de chuva. A região onde se encontrava o Chefe, respingou muita água. As enchentes tornaram uma constante, e invadiram as galerias das águas pluviais e dos esgotamentos sanitários. Ambos subterrâneos. Todo o trabalho foi jogado por terra. A lama invadiu o túnel cavado pelos homens do Chefe. A depressão foi geral. O Chefe afirmou para os companheiros de cela, que precisava de paz interior para maquinar nova estratégia de fuga. A prisão por si só, é uma antecâmara do inferno. Nada de ressocializão. Há uma ausência de tudo. É a resposta que a sociedade encontrou para os criminosos. Os dias são lentos e entediados. Habitam-na mãos leves, e outras mãos manchadas de sangue. Nas prisões, a lei considera a fuga um direito do presidiário. Ou seja, a tentativa de fuga (não havendo intercorrência delituosa) no geral não altera o tempo da reclusão. As motivações condenatórias são diversificadas. O estelionatário pode ser possuidor(sem saber) da praxis metacognitiva, como método de pensar. Quase sempre é metido a ser autodidata e sedutor nas abordagens que se fizerem necessárias. Enfim, muitas das vezes os estelionatários são por demais sagazes e velhacos. Sabedor das traquinagens desses embusteiros, o Chefe por ter uma cabeça multitarefa, vislumbrou mentalmente caminhos escusos para tentar evadir-se novamente do presídio. A cadeia não tem como não ser um variado
valhacouto.
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