Os filólogos afirmam, que todas as palavras em português ou em espanhol iniciadas com o prefixo“al”, tem a sua origem etimológica no árabe, pela rica e opulenta herança cultural, de quase oito séculos de permanencia dos árabes, omíadas, bérberes e demais tribos de inspiração muçulmana, na Península Ibérica. Para lá, também migraram os judeus, da etnia “sefardi" ou do espanhol tardio "sepharad". Mesmo coexistindo pacificamente, foram expulsos em 1492, pelos reis católicos ,Isabel e Fernando. Para os judeus, dá início a segunda diáspora depois da morte de Cristo. Na Espanha atual, se observa igrejas católicas, de arquitetura judaico-maometana, que felizmente foram preservadas, e se livraram de serem destruidas.
O substantivo alfarrabio vem do árabe, em homenagem ao filósofo Al-Farabi, que siginifica :aquele que guarda coisas antigas...e num antiquário em São Pedro do Itabapoana, encontrei um livro empoeirado, e no seu interior esse soneto, do poeta e escritor argentino - Premio Nobelx- de literatura, Jorge Luis Borges.
Sou(*)
Sou o que sabe,não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho, segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou,tácitos amigos,o que sabem
Que a única vingança ou perdão
É o esquecimento.Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que,apesar de tão ilustres modos
De errar,não decifrou o labirinto
Singular e plural,árduo e distinto,
Do tempo,que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém,o que não foi a espada
Na guerra.Um esquecimento,um eco,um nada.
(*) do livro " A rosa profunda"
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