A cidade considerada mais cosmopolita do mundo, é Nova York, terra dos Gershwin. Lá na Ilha de Manhattan, um visionário, há alguns meses atrás, apostou as suas fichas, que passando filmes ao ar livre, nas praças e nos espaços disponíveis, encontraria uma resposta satisfatória. Não deu outro bicho. Acertou em cheio. A programação não é mais divulgada, com antecedência, pois, o interesse pela Sétima Arte é tão intensa, que tem plateia garantida. É sabido que o poder público se faz necessário, todavia, quase sempre, à reboque da sociedade.Curiosamente, onde passei minha infância e juventude,na minha pequena Nova York,localizada no extremo sul capixaba,um vizinho,na década de 1960,que atendia pelo bizarro apelido de, Eca, projetava na parede enquanto tela improvisada, películas dirigidas por John Ford, tais como: No tempo das Diligencias,com John Wayne,ou - O Gavião do mar - com Errol Flynn, e dirigido por Michael Curtiz, e outras .E a vizinhança afluia ao evento, que não se tornou um processo cultural permanente,mas durou bastante tempo. Cada assistente carregava sua cadeira ou um banquinho,e se acomodava entre os demais.A projeção se interrompia,pois a fita se cortava várias vezes, pudera, era um velho e combalido projetor. Uma sonora algazarra, quando isso acontecia. O seleto e atento público protestava, com assovios e palavras de ordem ! Em seguida o Éca conseguia consertar,e o entretenimento continuava, para a felicidade geral. Até onde a memória alcança,alguns levavam mantas e pelejas, pois, durante o dia, era bem quente, contudo à noite, a temperatura caia. Era uma réplica do filme(ao vivo) do "Cinema Paradiso" - Oscar de melhor filme estrangeiro em 1988 - dirigido pelo italiano Giuseppe Tornatore.A outra belíssima recordação, foi no Cine Teatro São José, inaugurado em 1953; sob a batuta de José Maria de Oliveira, que recebeu Renato Murce, da legendária Rádio Nacional, e na sua "entourage",portando um violão,o futuro virtuose Baden Powell de Aquino,que certa vez,privou de um longo e inenarrável sarau, com o amigo Paulo Roberto Ramos,na européia Penedo.
O objetivo do Eca,era o mesmo, que o cidadão nova-iorquino acina citado, está a produzir no Central Park e alhures. A diferença, é estarmos abaixo da linha do Equador. Mas a contrapartida, garante outras prerrogativas melhores do os americanos do norte.
Recentemente,alguns aventureiros culturais,de traços empreendedores,resolveram reeditar a idéia do Eca. Uma cinemateca à céu aberto,com direito a assistir filmes de Mazzaropi,Carlitos,Akira Kurosawa,Luis Buñuel e tantos outros.No final, se pretende criar um debate,discutindo os pontos e contra-pontos dos filmes,acreditando no seguinte aforisma filosófico: é da dicussão que nasce a luz ! Cuja a autoria é desse semi-deus segundo os alemães, Johann Wolfgang Von Göethe.
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