31 de maio de 2011

João Ubaldo Ribeiro

O único escritor,premio Nobel de literatura em língua portuguesa,foi José Saramago,um lusitano,que tinha um pai analfabeto,conforme declarou em Estocolmo,quando discursou,agradecendo o premio conquistado.Não saber ler e escrever,é um pérfido registro que um país carrega.O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro,da Academia Brasileira de Letras é da Ilha de Itaparica,da mesma terra, do saudoso Ivan Tourinho;com o qual mantive uma longa e profícua amizade.Certa ocasião,num acidente de percurso etílico,quando ainda usava desse expediente,lançamos âncora no bar Tio Sam no Leblon,na mui heróica cidade do Rio de Janeiro.Esse butiquim,até hoje, é o preferido desse ilustre imortal! Depois dessa longa e cansativa introdução,não poderia passar em branco,parte do oportuno e sábio comentário,que esse respeitado escritor,publicou num artigo d’O Globo,do dia 29 de maio do corrente. Assim escreveu João Ubaldo:" afirmou que falamos com maior ou menor habilidade,várias línguas ou dialetos,dentro da,digamos ,língua-mãe.Mas também falamos a língua de criança,a língua chula e da solenidade.Podemos não falar todas as línguas à disposição,mas geralmente as entendemos,como por exemplo,quando ouvimos um antêntico caipira.Todas essas línguas são legítimas e não são erradas,pois a rigor,toda a língua que funcione como tal,não é errada.E muitas vezes ao falarmos certos;estamos falando inadequadamente,quando se fala de forma rebuscada para um público;que não teve oportunidade de acesso ao livro.Ensinar corretamente,é necessário para preservar e aprimorar a precisão da linguagem científica e filosófica.Para refinar a linguagem emocional e descritiva,conservando a índole da língua,sua identidade e,consequentemente ,a sua originalidade.A norma culta não tem nada de elitista,e devia ser patrimônio e orgulho de todos nós.Elitismo é deixar a norma culta ao alcance de poucos,como tem sido a nossa política". Não há como discordar do texto supracitado,pois, dissertou com a sua costumeira lucidez.O regionalismo está presente em todo o Brasil;e a cada dia se incorpora novas expressões,neologismos e ou palavras no vernáculo.E com o tempo,inexoravelmente conquistará a sua legitimidade.Por aqui, no extremo sul capixaba,temos o verbo espoucar,que abreviado passou a ser; pocar,e possui amplos significados.Se se falar,que o sujeito pocou no trecho !Quer dizer que ele foi embora,escafedeu-se.Ou pocou a goiaba,é sinônimo de coisa feia,fedorenta...Por exemplo,numa senteça corriqueira,alguém diz:uma renca de pessoas foram ao aniversário do Caranga!É o mesmo que falar,que muitos indivíduos,foram ao aniversário do Caranga!E assim,o idioma vai se adaptando as novas morfologias.Porquanto, não podemos deixar de falar e escrever dentro de um padrão nacional.Àqueles que possuírem menos leitura, jamais devem ser discriminados,todavia, compreendidos e auxiliados.

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