Acatar o destino... O mundo metamorfosea-se, em cores variegadas. Algumas, são aquareladas, outras semi-pálidas ou acromáticas. Alguns embates da vida, se apresentam com essas similitudes. E o espelho reflete com nitidez, e por vezes, propõe magicamente, as transformações que devemos ou não processar. É uma tarefa hercúlea, manobrar as engrenagens que movem sentimentos, pessoas e frustrações.Certos desabafos, são (in)confessáveis, mesmo a um secular monge tibetano. Nem sempre se consegue esse intento...pois o ferramental nem sempre está disponível no almoxarifado da ilusão. Todavia, se se depara, com dificuldades instransponíveis, impedindo atingir do objetivo, o melhor que se faz, é pausar. Uma profunda, meditação acolhida pelo providencial silencio. Recolher-se aos bastidores da alma. A lucidez produz sofrimentos, e nem sempre decifra os enígmas existenciais. Porquanto, no labirinto das incertezas, não há nenhum fio de Ariádne à mão.Se necessário, deve-se “incendiar as caravelas”; jogando por terra, a perspectiva de retorno ao ponto zero.Tal como, num trágico, contudo magistral conto do mestre da literatura, o argentino; Jorge Luis Borges, onde dois inseparáveis irmãos se apaixonam desesperadamente pela mesma mulher; num inusitado imbroglio afetivo entre fraternos. Foram envolvidos pelas circunstancias, na escuridão do amor agudizado, com as suas armadilhas. Essa tripartite; gerava uma expectativa de acontecer, um desfecho com vivas tintas vermelhas. Os deuses resolveram encerrar o caso, com o desaparecimento dela. Dramático, pensaria o ermitão da montanha, enguanto caminhava, orgulhoso do seu artesanal mocassim das fibras das bananeiras. Todavia, é preciso assumir decisões, como se fosse um momento único, onde se eleva, pelo menos uma vez na existência de cada um, o exercício da plenitude do ser. Compreender que um destino não é melhor do que outro; mas que todo homem deve acatar o destino que traz consigo. A percepção, mesmo de uma tênue sombra, é o suficiente para se iniciar um processo de lavagem da alma, com sal grosso e água. Coragem é uma palavra, de sábia etimologia, pois “cor”, é coração em latim e agem, do verbo agir ! Agir com o coração, é uma das mais belas atitudes, mesmo estando embecido, pelos licores dos monjes e pelas essências do Oriente.
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