Na sua certidão de batismo está escrito: Nelson Antonio da Silva, nome eivado de simplicidade, e com todas as raízes, inserida na miscigenação desse bravíssimo povo brasileiro. Seu apelido era Nelson Cavaquinho, um gênio, que nunca se preocupou com sucesso. Seu desejo era criar, versejar e compor ... Possuia uma leitura mediana, contudo escreveu e musicou canções, dentro do mesmo patamar, das composições dos famosos norte-americanos, como por exemplo, os irmãos George e Ira Gershwin, de ascendencia russo-judaico. As melodias do Nelson Cavaquinho, são os conhecidos e maviosos sambas-canções. Artur da Távola, um expert em música erudita, de rara sensibilidade, certa vez, declarou : o samba-canção é um dos ritmos mais bonitos do cancioneiro popular. O compositor antes de partir para o zênite, tornou-se hóspede do sambista João Nogueira, que morava no Meier. Nelson Cavaquinho, por lá se hospedava, e por vários dias na casa desse amigo e admirador. Era tratado com respeito e carinho. Dizem os sábios de plantão, que saudosismo é coisa "demodée". Há controvérsias. Que falta fazem o cinema Imperator, e o Clube Mackenzie, ambos localizados no acolhedor bairro carioca. O cinema Imperator, será restaurado, e também abrigará um grande palco. O poder publico, afirmou que será rebatizado como Imperator-João Nogueira. Em tempo, uma justa homenagem. Em 2011, comemorou-se o Centenário de Nelson Cavaquinho, um dos ícones da melhor harmonia musical do Brasil . Um vate popular que se impôs pela beleza do binomio: poesia e música. O compositor morou, na sua infancia no bairro carioca da Gávea, nesse local conheceu os seguintes compositores: Fagundes da Flauta,Mazinho do bandolim, o violonista Juquinha, e outro histórico sambista de escol: Heitor dos Prazeres. Todos eles freqüentaram a legendária casa da Tia Ciata, um dos berços do samba. Nelson Cavaquinho foi um fac-totum. Experimentou a profissão de pedreiro e depois, sentou praça na cavalaria da policia militar. Ao ser escalado para tirar serviço na Mangueira, se apaixonou pela comunidade. E para se desligar da corporação. Em nome da boemia e do samba, deu baixa na corporação. Caiu de cabeça e pescoço no samba. Passou a ser mangueirense no sentido lato sensu. A instituição perdeu um soldado e a cultura do país ganhou uma estrela de várias grandezas. Na Estação Primeira da Mangueira, ele conheceu e fez amizade com Angenor de Oliveira, mais identificado como Cartola, e a sua esposa, dona Zica. Esse é outro personagem que está na galeria dos bambas do samba. Nelson, passou a frequentar a Praça Tiradentes. Ele gostava de andar pelas calçadas da cidade, fez um samba, cujo o título é "Dono das calçadas". Frequentava um boteco na Pça Tiradentes, perto do Teatro João Caetano. Apreciava um aperitivo, e uma rabada com batatas. Nessas paragens, conheceu aquele, que seria o seu parceiro por longos anos. O amigo e fiel parceiro, Guilherme de Brito. Nelson deixou um admirável acervo poético musical. Se tivesse nascido em terras do chamado - primeiro mundo - que valoram os seus heróis, inexoravelmente, sua obra estaria inserida nas grades escolares oficiais. Paulinho da Viola, o poeta e intérprete do melhor samba, afirmou que nenhum pesquisador se aprofundou na extensa obra de Nelson Cavaquinho. A tradicional Escola de Samba, Estação Primeira da Mangueira, em tempo, e merecidamente, o homenageou no carnaval de 2011. De todo o conjunto da sua obra, incluindo também outras canções, como por exemplo: Rugas, Palhaço, Folhas secas, Noticia e outras. Contudo,creio que o mais simbólico no imaginário popular,talvez sejam esses versos: ... tire o seu sorriso do caminho...que eu quero passar com a minha dor. O imortal Manuel Bandeira, classificava esses versos, como uma joia da poética brasileira.
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