22 de abril de 2009

Gilberto Freyre...



O Brasil ainda está por fazer, porém algumas viagens reflexivas poderão ser empreendidas ou não. O Brasil foi descoberto em 1500, Michelangelo Buonarroti (1475-1564) já estava com 35 anos de idade.  Em andamento estava a  construção da Capela Sistina, situada no Palacio Apostolico, residencia oficial dos Papas. Ou outras razões editadas e reeditadas que cada um de nós sabemos de cór e salteado.  Existem dúvidas no ar, na terra e no mar.  Destaco uma velha e atual pergunta,q ue não quer se calar : Porque ainda não conseguimos ser uma nação desenvolvida? Somos exportadores de bens primários, esse extrativismo até quando a terra vai suportar ?  Por que ainda somos um país "periférico"? Por várias e inúmeras justificativas equilibradas ou não, muitas ocas e indiferentes, acrescenta-se, o agravante, que como consequencia, somos carentes das tradições, neste e em outros pontos somos, aprendizes,neófitos, onde há muitas estradas para serem  percorridas. . Uma das mais mais arrazoadas justificativas, é creditado  a ausencia de uma política pública educacional e permanente, nunca  praticada ao longo da nossa história. Os exemplos do exterior devem ser mencionados, mesmo se apurando abissais diferenças, algum saldo positivo há de permanecer. Ouso citar a França, talvez, por ser um país de normas, pelas quais todos os franceses devem se alinhar-se. Os  ditames estão também vinculados ao sistema escolar, essa praxis, dá um certificado-padrão e básico de conhecimento, que é compartilhado por todos. A este padrão, incluem-se os clássicos da literatura francesa. É um indicativo de uma política educacional, que  está dando certo desde a gloriosa Revolução Francesa. Mesmo sendo a cultura uma instancia subjetiva, muitas das vezes ela se apresenta de forma cristalina, translúcida quando é abordada de frente, sem tergiversações, sem  prolegômenos.  A nossa realidade, quer na literatura ou quiçá na arte culinária, ainda estamos e permaneceremos por alguns anos no final da fila. Na primeira citação, ou seja no setor literário, somente cinco ou seis países latino-americanos - todos de linguas hispanicas - conquistaram o Premio Nobel de Literatura, quanto a segunda abordagem, a nossa culinária de origem luso-afro-indígena, vai se afirmando muito acanhadamente, enguanto na França, somente o queijo  Rockford existe há mais de quatrocentos anos,  sendo  a sua receita guardada a sete chaves. O manejo culinário é transmitido de geração em geração. Eis um processo  cultural consolidado, que atravessa séculos e mais séculos.  Sem medo de errar, me permito a afirmar, que precariamente conhecemos a  história, e os sábios dizem : infeliz do povo que não conhecer a sua história, pois, ao repetí-la, será sempre uma farsa ! E para subtrair as nossas esperanças, carregamos um vampiresco pesadelo, a mais traumática página social do Brasil - que foi a a escravidão. Foi   a última a ser abolida em todo o mundo. Essa é a genuina  dramaturgia brasileira. E os nossos ícones, onde eles estão?   Será que somos um povo sem memória ? Eles continuam ocultos, pois não se enguadram nos critérios da burguesia. Baluartes desconhecidos e/ou escamoteados da esmagadora maioria.  Faz-se  necessário relatar, mesmo que seja parcialmente o passado, a via crucis da escravatura.  Milagres nunca foram registrados naquela época. Somente para ilustrar, a Igreja Católica - santa e pecadora - era omissa e aliada dos senhores torturadores do engenho, como bem relata Gilberto Freyre na sua biblia sociológica - Casa Grande e Senzala - escreveu o Mestre Gilberto Freyre : " O senhor-do-engenho mandou matar dois escravos e enterrá-los, para que servissem de alicerces da casa ".Isso me bastou.

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